sexta-feira, 9 de agosto de 2013

A HORA DOS CRÍTICOS 2: IMPRESSÕES DA ASSEMBLEIA DO SINTEPE

A HORA DOS CRÍTICOS 2: IMPRESSÕES DA ASSEMBLEIA DO SINTEPE




Postei aqui um texto com o título, a hora dos críticos, defendendo que a Assembleia geral era um momento importante para quem critica muito a diretoria do SINTEPE (como eu), e QUE NUNCA TINHA IDO A UMA ASSEMBLEIA. Dessa vez fui. Primeiro fato. A diretoria do SINTEPE MATA SUL, que foi eleita pela chapa 2 (oposição), comunicou a todos os servidores via email, vem fazendo um trabalho combativo e digno de respeito da classe. SABE QUANTAS PESSOAS VIERAM???? SETE. Algumas porque queriam saber especificamente da questão da trava do 207 que seria tratado e não pela assembleia em si. Foram dois carros pequenos, porque seria desperdício uma vã ou similar.

Quando chego ao auditório, vi que estava quase cheio, e que a maioria eram de pessoas mais velhas e até idosas (nada contra), mas , percebi que eram maioria justamente pelo tema que seria tratado, que provocou um grande prejuízo aos aposentados administrativos. Não vi manifestações de contrariedade dignas de nota. Não vi nenhum grupo notadamente exaltado ou disposto a refutar os argumentos da diretoria (como lemos aqui no grupo). E VI, os que já conhecia do Congresso do SINTEPE, o pessoal da ALTERNATIVA SINTEPE, e alguns colegas que estão sempre participando aqui do grupo. Eles eram o rosto da oposição à diretoria, uma oposição politizada, organizada, combativa, mas com pouco eco no plenário.

Mas o perfil do crítico comum, que desdenha partidos e luta sindical, ou mesmo que sabe da importância daquele momento não estavam lá ou não se fizeram evidentes. Outra impressão que tive, foi que com o prolongamento das falas algumas pessoas começam a fazer gestos para que os inscritos parem de falar, JUSTAMENTE, quando estavam avaliando a direção. Alguns exaltados fizeram uso da fala para defender veementemente a direção e suas 'conquistas históricas', e foram EFUSIVAMENTE aplaudidos. Especialmente pelos que estavam felizes com o fim da trava anunciado como um triunfo romano.
Nesse período de debates começou o esvaziamento do plenário e um companheiro me disse, "esse pessoal geralmente é quem mora aqui, quando passa de meio dia esvazia, acaba ficando quem é do interior que não tem como ir embora por causa do transporte". Fiz a minha fala logo após o companheiro Edvaldo Lima, no tom crítico mas proposito, assim como ele, em detrimento dos gestos impacientes. Parabenizei o sindicato pelo fim da trava  que tanto prejudicava os aposentados pós-2011, mas, pedi que fosse retirada outra trava, A TRAVA POLÍTICA do movimento sindical. Essa trava que se dá pelas evidentes relações partidárias que os dirigentes mantêm com partidos da base de Eduardo (PT, PCdoB e PSB), e por isso, exitam em tecer críticas com a contundência necessária ao movimento. Propus que o dinheiro que é gasto na nota nos jornalões (subservientes ao governo), fosse investido em panfletos e divulgação de uma campanha nacional de divulgação das arbitrariedades de Eduardo, e se chamaria CUIDADO COM ELE!. Para minha surpresa, a proposta foi ponto pacífico. Vi então que não se trata apenas de propostas, ou de presença, e sim de força política da base. Somos inofensivos diante da complacência política da diretoria com o governo.

Durante as falas, as questões mais críticas me pareciam inofensivas, algumas pela forma com que foram expostas, mas a maioria, por falta de respaldo da categoria. MAS, NINGUÉM PODE DIZER QUE NÃO HÁ RESISTÊNCIA INTERNA!!!! HÁ SIM, e é combativa. O que não há, é uma adesão à necessidade de retomar o sintepe por parte da categoria. Pode alguém dizer " não fui porque não acredito na luta sindical, esse modelo de luta está falido". Então que se crie outro, que lute paralelamente...mas não tenho dúvidas que chororô de corredor e críticas, piadas e apelidos novos para dudu não fazem nada.

Portanto, saí da assembleia com duas convicções... a primeira é que sem dúvida há quem lute, há resistência, mas ela não tem "musculatura" para sequer desestabilizar o semblante do dirigente com uma possível derrota na pauta; e a segunda, a mais triste, minha impressão é que essa diretoria é justamente é o reflexo do que nossa classe faz por merecer.

Nossa classe quer um tipo de super herói dos quadrinhos, que resolve a parada enquanto nós não nos "sujamos" com essa coisa de política; enquanto nós não nos "queimamos" com o diretor, enquanto nós não precisamos consertar o nosso telhado de vidro antes de atirar a pedra.

COMO DIZ O DITADO... NÃO CUSTA LUTAR, MAS A LUTA CUSTA. Quem já conquistou algo sem risco? sem esforço dispendido? Eduardo nos atropela e nossa luta parece terapia em grupo no divã do Facebook?  Posso admitir que muitos críticos daqui do grupo não tenham ido por "DISCORDAREM" da luta sindical, MAS QUE ARGUMENTOS TEM PARA SE NEGAR EM CONTRIBUIR COM DEBATE DO GRUPO LÁ NA UFPE ??? Tomara que apareçam. Pois, A HORA DOS CRÍTICOS, DEVE SER TODA HORA EM QUE FOR POSSÍVEL COLABORAR COM A LUTA DA CATEGORIA...seja pela via sindical (que eu acho insubstituível) seja pela via dos movimentos, das redes sociais, da luta na comunidade, na sala de aula, que eu considero imprescindíveis.

É bom que façamos uma auto-crítica, lembrando o velho ditado que cada um tem o governo que merece. será que a achincalhada diretoria não é um produto da nossa ausência, da nossa passividade, ou da crítica inócua, ingênua, fatalista e improdutiva? repensar o movimento implica necessariamente que NOS repensemos NO movimento. Eu decidi sair da zona de conforto. Estive na Assembleia e estarei no encontro do PROFESSOR PE, quero ter pelo menos a consciência tranquila que critico, mas estou na luta para que haja mudanças. Para nossa mudança de atitude, resta-nos refletir sobre a consequência do silêncio a partir do poema de Maiakovski.

 POEMA DE MAIAKOVSKI
Primeiro, eles vêm à noite, com passo furtivo
arrancam uma flor
e não dizemos nada.
No dia seguinte, já não tomam precauções:
entram no nosso jardim,
pisam nossas flores,
matam nosso cão
e não dizemos nada.
Até que um dia o mais débil dentre eles
entra sozinho em nossa casa,
rouba nossa luz,
arranca a voz de nossa garganta
e já não podemos dizer nada.

Portanto.....
“ DEVEMOS SER A MUDANÇA QUE QUEREMOS VER NO MUNDO” Gandhi

Ítalo Agra
Pedagogo
Professor e Técnico educacional

Gameleira-PE, 09/08/2013

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